segunda-feira, 6 de agosto de 2012

30 anos - Democracia Corinthiana - Ser campeão é detalhe!






Democracia, uma palavra muito pesada e com um significado ideológico muito puro. Segundo Houaiss, a democracia é “(...) um sistema político cujas ações atendem aos interesses populares. (...) é o governo no qual o povo toma decisões importantes a respeito das políticas públicas... segundo princípios permanentes de legalidade”. Já, o dicionário de política do Norberto Bobbio informa que “(...) o ideal democrático supõe cidadãos atentos à evolução da coisa pública, informados dos acontecimentos políticos e dos principais problemas, capazes de escolher entre as diversas alternativas apresentadas pelas forças políticas e fortemente interessados em formas diretas ou indiretas de participação”. Independente de qual significado atribuimos a essa palavra, podemos dizer que o Brasil é um país "novo" para a democracia, haja visto que as primeiras eleiçoes dretas ocorreram em 1989. É sobre esse ponto de vista que temos nosso amado Corinthians como um clube de revolução e quebra de paradigmas. Sim, a Democracia Corinthiana é mais antiga que a democracia de nossa pátria mãe gentil, para ser mais exato, 7 anos. É incrível saber e necessário salientar que esse movimento democrático surgiu em um pais que vivia o auge da ditadura militar. Dentro desse movimento democrático, todos os envolvidos nas decisões cotidianas do Corinthians, votavam diretamente e cada voto tinha o mesmo peso. Do presidente Waldemar Pires, aos diretores Washington Olivetto, Adilson Monteiro Alves , aos principais jogadores como Sócrates, Casagrande, Wladimir, Zenon e Biro-Biro, aos roupeiros e ao técnico Mario Travaglini, tudo era decidito com seus votos de mesmo peso um para um! De escolhas como a de concentrar ou não, ou até mesmo novos reforços, tudo era decidido no voto, de maneira democrática. Não diferente de todos os tempos, o Corinthians democrático tinha também a imprensa, que confundia a Democracia com uma libertinagem assistida de pessoas que estavam descontroladas aos olhos de quem vivia os regimes paternalistas e centralizadores das gestões comuns. Eis que este Corinthians resolve dar a alegria que o Brasileiro não pode ver poucos meses antes, pois em 1982, presenciou também uma de suas melhores seleções fracassar na copa do mundo. O Corinthians era um time frio para definir, com uma raça tipicamente corinthiana em sua defesa e um toque de classe no meio campo que deixava as coisas um pouco mais fáceis pro ataque. Solito,Mauro, Daniel González, Alfinete e Wladimir, Paulinho,Zenon, Biro Biro e Sócrates, Ataliba e Casagrande Foi assim escalado por Mario Travaglini que o Sport Club Corinthians Paulista entrou em campo para enfrentar o protegido time tricolor da imprensa abutre, que metralhavam os corinthianos com suas criticas anti democráticas e preconceituosas. O Corinthians luta, e ao final de um campeonato cheio de jogos e em duas batalhas campais na finalissima, sagra-se campeão! O fato de ser campeão é algo sim a ser lembrado, muito mais pela quebra de paradigmas e mudança de mentalidade, mas alguns fatos com certeza marcam mais que a taça, a conquista Corinthiana foi maior. Em diversos jogos da campanha, ao inves de patrocínio o Corinthians estampava em seu manto sagrado a expressaão DEMOCRACIA CORINTHIANA. O peso dessa memorável pagina da historia corinthiana é tão significativo, principalmente se pensarmos, que um clube de futebol, um movimento popular, pedia o que seu país ainda não tinha, Democracia. E aqui finalizo, exaltando os feitos de heróis revolucionários, e tendo plena certeza de que aquele esquadrão alvinegro ergueu algo muito mais grandioso que qualquer troféu, ergueu a esperança de um povo amargado na ditadura, ergueu uma ideologia, ergueu uma bandeira de vida...