Homenagem

Em comemoração pelos 456 anos dessa cidade que eu amo que só não é melhor porque não se chama Corinthians, decidi homenagear aquele que pra mim é o cara em termos de Sampa e de samba. Por coincidência ou não 1910, ano da fundação do Corinthians, nasceu em São Paulo João Rubinato, filho de imigrantes pobres, chamando assim ninguém saberia que se trata de ninguém mais ninguém menos que o imortal Adoniran Barbosa. Ator, cantor e mestre compositor, um dos maiores (senão o maior) gênios da música popular brasileira. Em comum com o Corinthians não tem apenas o ano do nascimento. Corinthiano fanático, era um dedicado divulgador e multiplicador voluntário do clube. Adoniram encarnou o papel do negro Charutinho, simpático malandro do Morro do Piolho, no programa semanal de grande sucesso da Radio Record na década de 50, “Historias das Malocas”. Sem nenhuma dúvida Charutinho foi responsável pela difusão da imagem do Corinthians entre os pobres, moradores da periferia e que concorrem com o clube em matéria de combatividade no seu dia a dia. Adoniran escreveu com emoção sua história de amor à cidade, a seu povo e ao Corinthians. João Rubinato começou a trabalhar cedo, nos mais variados empregos até chegar ao radio, televisão e cinema. Quis o destino que como compositor o mortal João se transformasse no imortal Adoniran Barbosa. Saudosa Maloca, Tiro ao Álvaro, Samba do Arnesto, Iracema,Meu amor é o Timão, Bom Dia Tristeza e Filosofia são algumas de suas grandes obras. Em 1965, quando ainda se dizia no Rio que São Paulo era o túmulo do samba, Trem das Onze ganhou o concurso do Carnaval carioca(um grande cala a boca a um cretino chamado Vinícius de Moraes).Corinthians e Adoniran Barbosa nasceram juntos de forma humilde e aos poucos foram conquistando a admiração de tantos paulistanos. A alma de São Paulo é Corinthiana mosqueteira e as canções de Adoniran são como os gritos da Fiel que emocionam e arrepiam a alma de todos os Corinthianos. Abaixo separei algumas das musicas do nosso mestre que fizeram sucesso pela voz dos demônios da garoa ou até mesmo pelo próprio maloqueiro Adoniran.
Salve Adoniran Cem anos de Corinthians, você não podia faltar nessa!!!Peço que vejam o video abaixo da homenagem emocionante de Osmar Santos ao imortal Adoniran na narração do titulo paulista de 1982, arrepia até a alma!



Trem das Onze
Adoniran Barbosa
Composição: Adoniran Barbosa
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora as onze horas
Só amanhã de manhã.
Além disso mulher
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar,
Sou filho único
Tenho minha casa para olhar
E eu não posso ficar


Saudosa Maloca
Adoniran Barbosa
Si o senhor não tá lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse edifício arto
Era uma casa véia
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construimos nossa maloca
Mais, um dia
nois nem pode se alembrá
Veio os home cas ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemos tudo as nossas coisa
E fumos pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homi tá cá razão
Nós arranja outro lugá
Só se conformemos quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertô"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida



Coríntia (Meu amor é o Timão)
Adoniran Barbosa
Composição: Adoniran Barbosa - Ed. Arlequim 6847872-2
como é bom ser alvi-negro
ontem, hoje e amanhã
respirar o ar mistura
do Tietê a Tatuapé
lá no alto a velha Penha
Da Anchieta e Bandeirantes
Ver São Jorge lá na lua
Abençoando a fazendinha
Onde mora um gigante
Tem igreja e tem biquinha

Corítia, Coríntia
Meu Amor é o timão
Corítina, cada minuto
Dentro do meu coração

Belém, Vila Maria e Moóca
E São Paulo extensão
ogi, Guarulhos, Itaquera
Tudo vibra coringão
É o corítia de nóis tudo
É Paulista é campeão


Eu vivo por ti Corinthians minha vida!